Com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou as articulações para escolher o próximo integrante do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os nomes mais cotados estão o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Na última terça-feira (14), Lula se reuniu com ministros do STF no Palácio da Alvorada para discutir a sucessão. Como revelou o Estadão, parte dos magistrados demonstra resistência à preferência do presidente por Messias.
O favoritismo gerou debate público, com críticas da oposição e até manifestações de artistas, que defendem a indicação de uma mulher para o cargo.
Pela Constituição, os ministros do STF devem ser brasileiros natos, ter entre 35 e 75 anos, possuir notável saber jurídico e reputação ilibada. A escolha cabe ao presidente da República, mas a indicação precisa ser aprovada pelo Senado Federal.
Confira abaixo os principais nomes cotados para a vaga:
Jorge Messias (Advogado-Geral da União)

Aos 45 anos, o advogado-geral da União é procurador da Fazenda Nacional desde 2007. Messias já exerceu cargos de destaque no Executivo, como subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República e secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação.
Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), é mestre e doutor pela Universidade de Brasília (UnB).
Frequentador da Igreja Batista, Messias é considerado o favorito de Lula, visto como uma escolha segura e capaz de aproximar o governo de setores evangélicos.
Rodrigo Pacheco (Senador – Minas Gerais)

Com 48 anos, o ex-presidente do Senado é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e especialista em direito penal.
Antes de ingressar na política, atuou como conselheiro federal da OAB, auditor do Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais e membro do Conselho de Criminologia e Política Criminal do Estado.
Eleito deputado federal em 2014, Pacheco presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, em 2018, foi eleito senador. Presidiu o Senado entre 2021 e 2024.
É o nome preferido de ministros como Gilmar Mendes, Flávio Dino e Alexandre de Moraes. Lula, contudo, avalia mantê-lo no campo político, incentivando sua candidatura ao governo de Minas Gerais em 2026.
Daniela Teixeira (Ministra do Supremo Tribunal de Justiça)

A ministra do Superior Tribunal de Justiça Daniela Teixeira, de 53 anos, foi indicada à Corte por Lula em 2023.
Ex-vice-presidente da OAB-DF e integrante do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), acumula reconhecimentos por sua atuação no Direito e na defesa dos direitos das mulheres.
É graduada em Direito pela UnB, com especialização pela FGV e mestrado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).
Daniela é lembrada por ter recebido prêmios como a Medalha do Mérito Eleitoral do DF e o Diploma Mulher-Cidadã Carlota Pereira de Queirós, concedido pela Câmara dos Deputados.
Bruno Dantas (Ministro do Tribunal de Contas da União)

Ministro e ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas é considerado um jurista técnico e articulado, com trânsito entre diferentes alas do Congresso e boa relação com ministros do STF.
Ele já foi cotado para o Supremo em outras ocasiões, incluindo a vaga posteriormente ocupada por Flávio Dino.
Durante sua gestão no TCU, Dantas ganhou projeção por sua atuação em temas de transparência e controle de contas públicas, consolidando-se como uma das vozes mais influentes da Corte de Contas.
A decisão de Lula
A definição do nome que ocupará a cadeira deixada por Barroso deve ocorrer nas próximas semanas.
A escolha será crucial para o equilíbrio interno do STF e para o relacionamento entre o tribunal e o governo Lula.





