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Câmara realiza Sessão Especial alusiva ao Livro: “Campina, Grande por elas”

Câmara realiza Sessão Especial alusiva ao Livro: “Campina, Grande por elas”

A Câmara Municipal de Campina Grande realizou, nesta quinta-feira (11), a 79ª Sessão Ordinária, presidida pelo vereador Saulo Germano e secretariada pelo vereador Rafafá, ocasião em que foram debatidos temas relacionados à segurança pública, trânsito, obras estruturantes e projetos de leis aprovados e sancionados. Na sequência, o Legislativo campinense promoveu uma Sessão Especial, de autoria da vereadora Jô Oliveira, alusiva ao livro Campina, Grande por Elas, idealizado pela educadora e escritora Yara Macedo, que reuniu em uma coletânea as histórias e contribuições de 71 mulheres campinenses para a cultura, a educação, o desenvolvimento social e a memória da cidade.

PEQUENO E GRANDE EXPEDIENTE
Na abertura do grande expediente, o vereador Dinho Papa-Léguas relatou visita ao Centro Integrado de Controle e Comando (CICC), em Campina Grande, onde foi recebido pela coronel Josilene e pela major Flávia. Destacou que o equipamento dispõe de 377 câmeras espalhadas pela cidade, destacando a importância do equipamento para a segurança pública. Em seguida, o vereador criticou a decisão judicial que determinou o uso de tornozeleira eletrônica por policiais militares envolvidos em confronto no município de Conde. Segundo o vereador, os profissionais foram recebidos a tiros e apenas revidaram, não podendo ser equiparados a criminosos. Disse ainda que os próprios policiais recusaram a soltura diante da imposição da medida e pediu intervenção do Governo do Estado e da Secretaria de Segurança para rever a situação.

A vereadora Pâmela Vital registrou a sanção de quatro projetos de lei de sua autoria, agora transformados em importantes políticas públicas para Campina Grande. A Lei nº 9.748 institui a Semana de Conscientização sobre a destinação do Imposto de Renda ao Fundo Municipal da Infância e da Adolescência; a Lei nº 9.749 cria a campanha de apadrinhamento de crianças e adolescentes; a Lei nº 9.750 estabelece o Programa Banco de Livros Comunitários, promovendo espaços de compartilhamento em repartições públicas; e a Lei nº 9.751 lança a campanha Abril Laranja, voltada ao enfrentamento da crueldade contra os animais. Segundo a parlamentar, as conquistas representam diferentes dimensões de sua atuação e reafirmam seu compromisso com a cidade.

O vereador Olimpio Oliveira chamou atenção para denúncias de motoristas de aplicativo que vêm recebendo um número elevado de multas, muitas delas, segundo os condutores, aplicadas de forma irregular. Ele citou publicação em sua rede social sobre o tema que alcançou mais de 80 mil visualizações e cerca de mil comentários, a maioria relatando situações semelhantes. Como exemplo de multa irregular, apresentou imagem em que a câmera da STTP registra a placa do veículo, mas não mostra a sinaleira, impossibilitando comprovar a infração. O parlamentar anunciou que acionará o Ministério Público e disse que tomará providências para barrar o que chamou de “indústria da multa”.

Em resposta, o vereador Saulo Noronha relatou ter passado por situação semelhante e explicou que buscou a STTP, teve acesso ao vídeo do ocorrido, mas foi comprovado que de fato havia cometido infração no trânsito. Saulo reforçou que todos os cidadãos têm o direito de procurar o órgão para verificar as imagens e contestar as autuações, caso ainda não tenham feito. O vereador Frank Alves se acostou às palavras do vereador Olimpio, registrando que a STTP tem arrecadado milhões com multas, mas não faz a instalação de uma barra de segurança nos canais. O presidente Saulo Germano disse que irá dialogar com Vitor Ribeiro, superintendente do STTP, para dialogar sobre o tema e trazer soluções para a cidade.

O vereador Rostand Paraíba destacou a importância de reconhecer quem viabiliza os recursos para as obras realizadas em Campina Grande. Como exemplo, citou a duplicação da BR-230, que recebe investimento de aproximadamente R$ 500 milhões, e o projeto do VLT, que conta com R$ 100 milhões do Governo Federal. “É preciso falar quem traz o recurso para a cidade”, ressaltou.

Em aparte, o vereador Rafafá observou que os investimentos federais também dependem do envio de emendas parlamentares dos deputados, que garantem a chegada dos recursos ao município. Já o vereador Frank Alves disse estar feliz com os projetos e demonstrou expectativa de que as obras sejam efetivamente executadas, alertando para que não fiquem apenas na promessa, a exemplo do que ocorreu com a transposição do Rio São Francisco.

Encerrando o pequeno expediente, o vereador Alexandre do Sindicato abordou o papel da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e destacou a contribuição de figuras como o ex-reitor Rangel Júnior e sua sucessora, a reitora Marlene Alves, além das inúmeras ações já realizadas pela instituição. No entanto, lamentou a ausência da universidade em debates relevantes para a cidade, lembrando que em momentos críticos, como a seca de 2013, a UEPB teve papel importante nas discussões sobre a falta de água em Campina Grande.

Alexandre afirmou que a universidade, apesar de seu custo elevado, não tem representado os anseios da sociedade campinense, e criticou o que classificou como um distanciamento da instituição em relação às demandas locais. Por fim, questionou: “Quais são os projetos que a universidade tem desenvolvido para a cidade?”.

O vereador Pimentel Filho acrescentou às discussões sobre a UEPB a lembrança do episódio em que um morador foi assassinado dentro da instituição. Ele destacou que existe uma lei de sua autoria que obriga a implantação de detectores de metais nas portarias da universidade e questionou por que a medida ainda não foi cumprida, defendendo a exigência da aplicação da legislação.

Em relação ao tema levantado pelo vereador Rostand PB, Pimentel disse que foi solicitado que a linha férrea alcançasse todo o município de Campina Grande. No entanto, observou que, na instalação do VLT, o distrito de Galante foi excluído do projeto pelo prefeito da cidade. O parlamentar questionou os motivos dessa decisão e afirmou que levará o assunto aos senadores e ao próprio gestor municipal para que sejam providenciadas as devidas correções.

No grande expediente, encerrando a sessão, a vereadora Waléria Assunção celebrou a publicação da Lei nº 9.743, primeira de sua autoria a ser sancionada, que institui o Banco de Ideias e Práticas Inovadoras para incentivar a participação popular em projetos da administração pública municipal. Ela destacou o momento como importante para o seu mandato, mas lamentou que outros projetos aprovados pela Câmara não tenham recebido sanção do Executivo. Waléria informou que, dos 80 projetos de lei aprovados pela Casa, apenas um de sua autoria foi sancionado. A parlamentar registrou que já teve oito projetos aprovados pela Câmara, cinco deles ligados à causa animal, mas nenhum sancionado pelo Executivo. Questionou, ainda, quais critérios a gestão utiliza para definir as sanções, inclusive no que diz respeito à ordem cronológica, e enfatizou que a não aprovação de projetos voltados à causa animal representa prejuízo para protetores independentes e organizações não governamentais que atuam na defesa dos animais.

Foto: Josenildo Costa/CMCG

SESSÃO ESPECIAL ALUSIVA AO LIVRO: “CAMPINA GRANDE POR ELAS”
A Sessão Especial foi realizada em alusão ao livro Campina, Grande por Elas, lançado em 2025, sendo uma obra idealizada pela educadora e escritora Yara Macedo, que reúne relatos de 71 mulheres campinenses, destacando suas trajetórias e contribuições nos campos cultural, social e educacional da cidade. A proposta da coletânea é valorizar e preservar a memória feminina local, construindo uma ponte entre gerações e reconhecendo a importância das mulheres na formação e no desenvolvimento de Campina Grande. Yara Macedo, fundadora de instituições de ensino como o Curso de Letras da UFPB e o Centro Pré-Universitário Campinense (CPUC), tem atuação marcante na educação e na cultura da cidade, sendo referência intelectual e liderança feminina na Paraíba.

A vereadora Jô Oliveira, autora da propositura que homenageia o livro Campina, Grande por Elas e também uma das mulheres que integram a coletânea, destacou sua gratidão ao receber o convite para participar da obra, onde pode escrever a partir do lugar que ocupa e a trajetória percorrida até chegar ao momento atual. Sobre a sessão, justificou a propositura destacando que são diversas mulheres que abordam a cidade, seja a partir da educação, da ciência ou da lógica empresarial. “Essa diversidade expressa a dimensão do que é Campina Grande”, afirmou. A parlamentar saudou a professora Yara Macedo por ter provocado esse movimento coletivo, reunindo histórias que agora não apenas compõem o livro, mas também inspiram novas participações em outros projetos. Por fim, parabenizou todas as autoras e manifestou o desejo de que muitas outras obras semelhantes sejam lançadas.

Foto: Josenildo Costa/CMCG

Na composição da mesa, além da idealizadora da obra, a professora Yara Macedo, estiveram presentes as organizadoras e coautoras do livro: Nadja Maria da Silva; Rilva Suely de Castro; Ivna Mozart Bezerra, Maria Augusta Reinaldo, Maria Auxiliadora Bezerra e Valéria Barros. Ainda estiveram presentes no plenário outras coautoras do livro. Na ocasião, elas também receberam votos de aplausos.

A autora Yara Macedo destacou que o livro Campina, Grande por Elas foi a realização de um sonho, fruto de um olhar abrangente sobre a cidade e do desejo de conclamar não apenas as mulheres que hoje se destacam, mas todas as campinenses a trabalharem em prol do crescimento de Campina Grande. Explicou que sempre teve como preocupação deixar um legado capaz de perpetuar sua trajetória dedicada à educação, o que a motivou a idealizar a obra. Após seis meses de anotações e reflexões, chegou ao número de 71 mulheres reunidas na coletânea, ressaltando que muitas outras ainda podem ser incluídas em futuras edições.

Em sua fala, compartilhou parte de sua caminhada pessoal e profissional. Campinense, recordou que desde cedo seus pais depositaram grandes esperanças em seu futuro. Aos cinco anos iniciou os estudos, e ainda nas brincadeiras infantis já demonstrava criatividade, gosto pela convivência e facilidade em fazer amizades. Viveu a infância entre leituras, passeios e brincadeiras, e na juventude despertou para os temas ligados ao crescimento pessoal e social. Nessa época, começou a acompanhar um pequeno grupo de crianças em suas tarefas escolares, o que lhe revelou a vocação para o magistério.

Yara relembrou que seu primeiro emprego foi como professora no Instituto São Vicente de Paula, experiência que a motivou a concluir o curso de Letras e a lecionar em diversas escolas da cidade. Mais tarde, tornou-se empresária da educação, fundando o Colégio EPUC e, posteriormente, o CPUC. Seguiu investindo na formação acadêmica, concluindo o mestrado e ingressando como professora universitária no campus de Campina Grande, onde foi fundadora do curso de Letras. Mesmo após a aposentadoria, manteve o espírito empreendedor e criou a faculdade privada de ensino superior, a FACISA. Nesse percurso, iniciou também as pesquisas que culminaram no lançamento do livro, consolidando mais uma importante contribuição à memória e à valorização de Campina Grande.

Foto: Josenildo Costa/CMCG

Encerrando sua participação, a autora Yara Macedo registrou agradecimentos a Deus por ter guiado seus passos e os de cada mulher que compõe a obra. Em sua mensagem, pediu que Ele continue abençoando a cidade e o povo de Campina Grande, e que inspire muitas outras mulheres a seguirem seus caminhos com coragem, fé e esperança.

Para acompanhar a sessão completa, acesse nosso Canal Oficial no youtube (@camaracgoficial). Confira também o andamento das matérias que tramitam no SAPL – Sistema de Apoio ao Processo Legislativo.

DIVICOM/CMCG