Header Ads Widget

Financiar imóvel ficará mais difícil? Novas regras de financiamento pela Caixa entram em vigor a partir desta sexta (1º); entenda o que muda



caixa financiamento imobiliário ações construtoras quais investir

Imagem: Reprodução Caixa

A partir desta sexta-feira (1º), quem quiser financiar imóveis pela Caixa Econômica Federal terá de pagar uma entrada maior e terá um novo teto para o financiamento. 

O banco aumentou as restrições para a concessão de crédito habitacional pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que financia imóveis com recursos da caderneta de poupança.

Para quem adotar o Sistema de Amortização Constante (SAC), em que o valor da prestação cai ao longo do tempo, a entrada subirá de 20% para 30% do valor do imóvel. 

Pelo Sistema Price, com parcelas fixas, a entrada aumentará de 30% para 50%. A Caixa só liberará o crédito a quem não tiver outro financiamento habitacional ativo com o banco.

Novo teto para o financiamento imobiliário

O valor máximo de avaliação dos imóveis que podem ser financiados pelo SBPE será de R$ 1,5 milhão em todas as modalidades do sistema. Os clientes também não poderão ter outros financiamentos habitacionais ativos com a Caixa.

Atualmente, o crédito pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com juros mais baixos, também é restrito a imóveis de até R$ 1,5 milhão, mas as linhas do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) não têm teto de valor do imóvel.

Além disso, a Caixa reduziu as cotas de financiamento. A partir desta sexta, o banco financiará até 70% do valor do imóvel pelo SAC — antes, o limite era de 80% do valor do imóvel. Já no Sistema Price, a nova cota será de até 50%, reduzida de 70%. 

Confira abaixo como era o financiamento imobiliário pelas regras anteriores e como ficará após as mudanças, considerando como exemplo um imóvel de R$ 500 mil.

Entrada SACFinanciamento SACEntrada PriceFinanciamento Price
Regras atuaisR$ 100.000R$ 400.000R$ 150.000R$ 350.000
Novas regrasR$ 150.000R$ 350.000R$ 250.000R$ 250.000

Mudanças valem para futuros financiamentos

Segundo a Caixa, as mudanças se aplicam a futuros financiamentos e não afetarão as unidades habitacionais de empreendimentos financiados pelo banco. Nesse caso, em que o banco financia diretamente a construção, as condições atuais serão mantidas. 

A instituição financeira concentra 70% do financiamento imobiliário brasileiro e 48,3% das contratações do SBPE.

Em nota emitida há duas semanas, o banco justificou as restrições porque a carteira de crédito habitacional da instituição deve superar o orçamento aprovado para 2024. 

Até setembro, a Caixa concedeu R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, alta de 28,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, foram 627 mil financiamentos de imóveis. No SBPE, o banco concedeu R$ 63,5 bilhões nos nove primeiros meses do ano.

“A Caixa estuda constantemente medidas que visam ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões junto ao mercado e ao governo, com o objetivo de buscar novas soluções que permitam expansão do crédito imobiliário no país, não somente pela Caixa, mas também pelos demais agentes do mercado”, explicou o banco em nota oficial.

Falta de recursos

O aperto na concessão de crédito habitacional decorre do maior volume de saques na caderneta de poupança e das maiores restrições para as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), aprovadas no início do ano. Caso não limitasse o crédito, a Caixa teria de aumentar os juros.

Segundo o Banco Central (BC), a caderneta de poupança registrou o maior volume de saques líquidos do ano em setembro, com os correntistas retirando R$ 7,1 bilhões a mais do que depositaram. Esse também foi o terceiro mês seguido de retiradas. 

Outro fator que contribuiu para a limitação do crédito foi o aumento da demanda pelas linhas da Caixa, em meio à elevação das taxas nos bancos privados. 

Ainda não está claro se as mudanças serão revertidas em 2025, quando o banco tiver novo orçamento para crédito habitacional, ou se parte das medidas se tornarão definitivas no próximo ano.

*Com informações da Agência Brasil