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Caso Marielle: Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são condenados



Decisão do 4º Tribunal do Júri foi anunciada após dois dias de julgamentoFelipe Cavalcanti/TJRJ/31.10.2024









Mais de seis anos após o crime, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados pelo júri popular pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, nesta quinta-feira (31).

A juíza Lúcia Glioche leu a sentença do 4º Tribunal do Júri da Capital. Lessa recebeu pena de 78 anos e nove meses de prisão. Já Élcio foi condenado a 59 anos e oito meses de reclusão.

Além de multa, os dois vão ter que pagar uma pensão para o filho de Anderson até o menino completar 24 anos. Também deverão indenizar em R$ 706 mil, por danos morais, a viúva do motorista, a mãe e a companheira da vereadora e os filhos das vítimas.

Os réus confessos foram considerados culpados por todos os crimes que constavam na denúncia: duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves e receptação do carro clonado usado no crime.

O julgamento terminou após dois dias de depoimentos emocionados de familiares, interrogatórios dos réus por videoconferência e debates entre defesa e acusação.

Familiares de Marielle e Anderson acompanharam o julgamento no 4º Tribunal do JúriBrunno Dantas/ TJRJ/ 31.10.2024

No primeiro dia, nove das oito testemunhas convocadas — seis de acusação e duas de defesa — prestaram depoimento:

Ronnie Lessa pediu perdão durante interrogatórioFelipe Cavalcanti/ TJRJ/ 31.10.2024

Em seguida, começaram os interrogatórios dos réus. O primeiro a falar foi Ronnie Lessa. Ele pediu perdão às famílias das vítimas e à própria família pelo crime.

Lessa disse que Marielle foi morta porque era “uma pedra no caminho” no loteamento de terrenos a milicianos.

O assassino confesso afirmou que lhe ofereceram uma recompensa de R$ 25 milhões para cometer o crime. “Eu fiquei cego”, disse Lessa.

Já Élcio de Queiroz declarou que foi chamado por Ronnie para dirigir o veículo no dia do crime. No entanto, ele disse que só descobriu que participaria de um homicídio quando chegou ao local do evento onde Marielle estava e viu o comparsa preparando uma submetralhadora.

Segundo dia de julgamento foi marcado pelo debate entre acusação e defesa

A Promotoria, que pedia a condenação máxima de 84 anos de prisão, sustentou que a intenção dos réus era eliminar todos os ocupantes do veículo devido à atuação política de Marielle. Para comprovar a tese, foi mostrada a análise das trajetórias das balas.

Já a defesa de Lessa pediu que ele fosse condenado apenas pelos crimes cometidos, negando motivação política.

A advogada de Élcio tentou atenuar a culpa do cliente. A defesa disse que ele agiu a pedido de Ronnie, sem conhecer a vereadora.

O crime

A vereadora Marielle Franco foi alvo de um atentando a tiros na região do Estácio, central do Rio, no dia 14 de março de 2018. A parlamentar voltava de uma agenda na Casa das Pretas, na Lapa, quando teve o carro interceptado. Durante o ataque, o motorista Anderson Gomes também foi baleado e morreu. Já a assessora de imprensa Fernanda Chaves escapou sem ferimentos da rajada de tiros.

Fonte: R7