Impressiona a armadilha que engatilhou contra ele próprio, o deputado Romero Rodrigues (Podemos), meu caro Paiakan. Durante meses, deixou circular, sem contestação, eventual descontentamento com o prefeito Bruno Cunha Lima (Uniao Brasil), sinalizando uma possibilidade de romper e ser candidato a prefeito.
Poderia, simplesmente, ter desencorajado especulações sobre uma candidatura, desarmando seus aliados e anunciando apoio às releição de Bruno, que, em princípio, seria o caminho natural, já que foi o principal mentor de sua eleição, em 2022. Não foi o que aconteceu. Deixou as especulações prosperarem.
Nessa longa novela, aliados cuidaram de trabalhar na perspectiva dessa candidatura. E o fato é que, no início dessa arenga, Romero pontuou na liderança de todas as pesquisas, significando, aparentemente, uma sinalização favorável do eleitor. Naquele momento, o deputado parecia imbatível.
Mas, quando a novela começou a se arrastar, é possível que o eleitor tanha começado a questionar se o deputado teria mesmo coragem para uma disputa, dentro de seu grupo político, contra Bruno. Contribue em seu desfavor um histórico anterior, quando se apresentou para disputar o governo e… afinou.
Depois de ter, pelo menos até agora, decidido não decidir, Romero criou um cenário que fica difícil até para anunciar apoio a Bruno, a quem claramente vem desagradando. Aliado preferencial do prefeito, o senador Veneziano Vital do Rego já praticamente sinalizou que Romero não é mais bem vindo na campanha…
Seja por conta de seu comportamento vacilante, seja por deixar engessado o prefeito, a espera de definição, para dar concretude à sua campanha. Talvez até deliberadamente. É como se Romero estivesse forçando Bruno a tomar uma decisão, para então ter o argumento de romper.
Um comportamento que demonstra hesitação, algo grave para um político, e, sobretudo, falta de coragem, o que pode contribuir para consolidar a impressão de sua tibieza para tomar decisões.
Assim, se decidir ser candidato, talvez seja tarde, especialmente porque outros agrupamentos, que poderiam lhe apoiar, cansaram de esperar e já adiantaram suas estratégias. O grupo de João Azevedo já tem candidato (Jhony Bezerra), e o Republicanos, que tanto defendeu sua candidatura, deve fechar com João.
Ou seja, desagradou a todos, meu caro Paiakan. Desta forma, se quiser entrar na disputa de 2026, ao Senado ou ao Governo, terá dificuldades em atrair apoios. E, apenas com o eleitorado de Campina Grande, não há garantias de sucesso. Quem decide não decidir, outros certamente tomarão a decisão por ele.
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