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'Eles que elejam o presidente que quiserem', diz Lula sobre Venezuela





Lula, nesta sexta: evento em SP — Foto: Divulgação



Um dia após o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmar que pode haver "banho de sangue" e "guerra civil" na Venezuela caso ele não vença as eleições, o presidente Lula (PT) disse nesta sexta-feira que o país deve "escolher o presidente que quiser", em um evento em São José dos Campos (SP).


— Por que eu vou querer brigar com a Venezuela? Por que eu vou querer com Nicarágua? Por que eu vou querer com a Argentina? Eles que elejam os presidentes que quiserem — disse o presidente, segundo imagens da GloboNews.

A declaração foi dada quando Lula defendia a relação pacífica do Brasil com outros países em declarações em uma cerimônia na qual anunciou investimentos em obras na Via Dutra e na Rio-Santos.


— Uma coisa que o Brasil tem que ninguém tem: não tem nenhum país do mundo sem contencioso com ninguém, como o Brasil — ele disse. — O Brasil tem que gostar de todo mundo.
Apenas retórica


Segundo fontes do governo brasileiro, a declaração feita por Maduro na quinta-feira pode ser apenas retórica perante pesquisas de opinião que o mostram atrás de seu principal adversário, Edmundo González Urrutia.


Segundo interlocutores da área diplomática, o Brasil só vai atuar na questão se for chamado por representantes de Maduro e da oposição, "dentro do espírito de Barbados", referindo-se a um acordo assinado entre oposição e governo venezuelano em outubro do ano passado no país caribenho. Mediado por Noruega com a ajuda de vários países, como Brasil, Colômbia e Estados Unidos, o pacto prevê eleições livres, justas, transparentes e aceitas pelos dois lados em disputa.


Maduro fala em risco de 'banho de sangue' e 'guerra civil' em caso de derrota nas eleições

De acordo com um diplomata, a eleição da Venezuela é um assunto dos venezuelanos, e o Brasil precisa ser chamado para poder se manifestar, para que não haja interpretação de que há interferência brasileira em assuntos internos.

última quarta-feira, com o conselheiro de Segurança dos EUA, Jake Sullivan, sobre a situação na Venezuela. Há expectativa de que os americanos endureçam as sanções em vigor contra a Venezuela caso Maduro não aceite uma eventual derrota.


À TV Globo, na última quinta-feira, Amorim disse, em Washington, que a fala de Maduro "não é desejável", afirmando que tem mantido contato com os dois lados e que acredita que a eleição transcorrerá sem problemas.

— Não acredito que haverá um banho de sangue — afirmou.

(Com colaboração de Eliane Oliveira, de Brasília)


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