Rio - Em depoimento na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), Bruno de Souza Rodrigues, preso nesta quinta-feira (15) por ser o principal suspeito de matar o ator Jeff Machado, ficou em silêncio. De acordo com a defesa do produtor, ele "já prestou todos os esclarecimentos necessários e não tinha informação a ser acrescentada".
O advogado do suspeito, João Maia, disse que Bruno mantém a mesma versão apresentada à polícia, em que afirma que Marcelo, apontado pelo suspeito como um rapaz com o qual o ator se relacionaria, matou Jeff após a gravação de um vídeo para uma plataforma de conteúdo adulto, feito na casa do próprio ator, no dia 23 de janeiro.
"O Marcelo existe e o Bruno tentou localizá-lo enquanto estava foragido, mas não teve tempo hábil para isso por conta da prisão, mas ele permanece insistindo que Marcelo existe", explicou o advogado. De acordo com a Polícia Civil, no entanto, apenas Bruno e Jeander são suspeitos de matar e ocultar o cadáver do ator. A corporação considera o nome de Marcelo uma invenção.
A defesa de Bruno revelou, ainda, que o produtor se escondeu porque estava aguardando a decisão da Justiça em relação ao habeas corpus. "Todo investigado e toda pessoa que tem contra si uma prisão decretada tem direito de não concordar com ela e acreditar que em algum momento ela vai ser revertida, então foi isso que passou pela cabeça do Bruno. Ele ficou aguardando o julgamento do habeas corpus e confiando na Justiça", disse João Maia.
A defesa de Bruno revelou, ainda, que o produtor se escondeu porque estava aguardando a decisão da Justiça em relação ao habeas corpus. "Todo investigado e toda pessoa que tem contra si uma prisão decretada tem direito de não concordar com ela e acreditar que em algum momento ela vai ser revertida, então foi isso que passou pela cabeça do Bruno. Ele ficou aguardando o julgamento do habeas corpus e confiando na Justiça", disse João Maia.
Ainda segundo o advogado de Bruno, a defesa não tinha informações sobre o paradeiro do produtor e trabalhava com a possibilidade do suspeito se entregar. "Não sabíamos aonde ele estava, soubemos pela imprensa. A defesa estudava a apresentação dele, mas o problema é que os requisitos da prisão temporária não foram apresentados pela delegada, então, a defesa acreditava que a prisão poderia ser revertida, como continua acreditando", afirmou João Maia.
Bruno foi encaminhado ao presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, onde passará por audiência de custódia.
O produtor foi preso pela Polícia Militar, em um hostel, no Morro do Vidigal, Zona Sul da cidade, durante uma operação conjunta com a Polícia Civil. O suspeito foi localizado através do monitoramento do setor de inteligência da Polícia Civil. De acordo com as investigações, Bruno estava há cinco dias na parte alta do morro.
Segundo a PM, o suspeito estava se preparando para sair de casa, com malas prontas, após perceber a movimentação dos policiais. A titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), Ellen Souto, informou que desde a expedição do mandado de prisão, o produtor estava sendo monitorado.
A mãe de Jeff Machado afirmou que está se sentindo aliviada e com a sensação de missão cumprida após a prisão. Maria das Dores Machado disse, ainda, que Deus mostrou às equipes policias onde o produtor estava escondido.
Bruno era considerado foragido desde o último dia 1º após a Justiça expedir um mandado de prisão temporária. O produtor e Jeander Vinícius da Silva Braga, suspeito preso no último dia 2, foram indiciados pelo crime de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
O caso
Jeff Machado foi dado como desaparecido no dia 27 de janeiro. O alerta se acendeu após familiares receberem relatos de uma ONG avisando que os cães do ator estariam soltos na rua. O caso passou a ser investigado pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). Antes de sumir, o ator teria avisado que faria uma viagem de trabalho para São Paulo.
Após meses de investigação, o corpo do ator foi encontrado dentro de um baú enterrado e concretado dentro de uma casa em Campo Grande, Zona Oeste. O imóvel foi alugado pelo produtor em dezembro do ano passado, um mês antes do desaparecimento do ator.
Desde o encontro do cadáver, a suspeita sobre Bruno foi aumentando. O produtor teria ficado com a chave da casa de Jeff e com alguns pertences depois do desaparecimento, o que chamou atenção dos investigadores. Segundo a DDPA, o suspeito tentou vender a casa e o carro do ator, mas não conseguiu.
De acordo com a polícia, o suspeito enganou a vítima com a promessa dele estrelar uma novela, pedindo uma quantia de R$ 20 mil, que foi paga por Jeff.