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AN ARRIÈRE E EN AVANT TOUT; Da corte francesa às palhoças nordestinas: Conheça as origens das nossas quadrilhas juninas



 

A história da quadrilha junina no Brasil remonta às danças folclóricas europeias, como o QUADRILLE francês e a CONTREDANSE inglesa, trazidas pelos colonizadores portugueses. Ao longo dos séculos XVIII e XIX, essas danças populares nos salões europeus ganharam novas formas e elementos ao se adaptarem às tradições brasileiras, absorvendo influências africanas, indígenas e de outras culturas europeias.

Os termos usados mas quadrilhas juninas atuais também tem origem francesa: Anarriê (an arrière – para trás) Alavantú, (En Avant, Tout ) quer dizer: Todos vão pra frente. BALANCÊ (balancer) – Balançar o corpo no ritmo da música, marcando o passo, sem sair do lugar.

Desde a Proclamação da República, a quadrilha se difundiu amplamente nas regiões interioranas do Brasil, com relatos datando até mesmo do século XIX. O botânico francês Auguste de Saint-Hilaire descreveu, em 1819, uma festa de São João realizada no interior de Goiás, com fogueiras, mastros e tiros para o ar em honra ao santo padroeiro.

 

Com a modernização do país e a migração das pessoas do campo para as cidades, a quadrilha junina deixou de ser apenas uma dança palaciana e se tornou uma manifestação cultural compartilhada nos centros urbanos. Ao longo do tempo, a quadrilha incorporou ritmos brasileiros, como xaxado, marcha, galope, baião e coco, abandonando suas características europeias.

No século XX, a consolidação da quadrilha com elementos brasileiros se deu através do trabalho de Luiz Gonzaga, conhecido como o Rei do Baião. Suas músicas e ritmos nordestinos fortaleceram a identidade brasileira da quadrilha, sendo o disco de vinil “Quadrilhas e marchinhas juninas”, lançado em 1965, um marco nessa trajetória.

Além das danças, as festas juninas são repletas de comidas típicas à base de milho, celebrando a fartura que a terra molhada proporciona no Nordeste, região onde os festejos ocorrem no período de colheita em anos chuvosos.

Ao longo dos anos, as festas juninas no Nordeste ganharam popularidade não apenas pelas tradições, mas também pelos shows musicais oferecidos em várias cidades. Eventos renomados, como O Maior São João do Mundo em Campina Grande, atraem pessoas de diferentes partes do país e do mundo, tornando as celebrações ainda mais grandiosas.

A quadrilha junina, com sua origem multicultural e suas celebrações festivas, continua encantando o Brasil, unindo tradição, música e alegria em um dos eventos mais queridos do calendário brasileiro.

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